A memória dos cães

maio 12, 2020 12:16 pm Published by Leave your thoughts

Todos nós donos de cães, podemos relatar diversas histórias de como nossos
companheiros peludos “se lembram” das coisas. Ouvimos, por exemplo, que um cão
“se lembra” da onde deixou uma comida escondida ou mesmo “se lembra” de que
certa pessoa fez algo de ruim para ele. Mas será que realmente ele se lembra”?

Esse assunto é discutido no capítulo 5 do livro “Cognição e comportamento de cães: a
ciência do seu melhor amigo”, organizado pelas pesquisadoras Carine Savalli e Natalia
de Souza Albuquerque. Nesse capítulo, escrito pelas pesquisadoras Alice de Carvalho
Frank e Maria Mascarenhas Brandão, algumas pesquisas são citadas a esse respeito.

As autoras demonstram que “os cães tendem a responder com níveis acima do acaso
em diferentes situações experimentais que avaliam o armazenamento e posterior uso
de informações, em algum momento apresentada para eles”. Isto que dizer que as
pesquisas demonstram que os cães são capazes de armazenar algum tipo de
informação.

Segundo as autoras, isso é especialmente verdade quando os cães são submetidos a
testes nos quais ele deve se lembrar onde está um objeto escondido. Segundo
pesquisas citadas nesse capítulo, quando um pesquisador escondia um objeto sob um
recipiente e, depois trocava esse recipiente de lugar, os cães conseguiam encontrar o
objeto escondido na maior parte das vezes. Esse tipo de memória é chamado de
memória operacional.

Há indícios, no entanto, de que os cães possuem outros tipos de memória, como a episódica.
Nesse tipo de memória, um evento passado influencia o comportamento no futuro.
Um experimento, citado nesse capítulo, realizado por Fujita (2012), concluiu que os
cães são capazes de se utilizar desse tipo de memória para aumentar suas chances de
encontrar um alimento. Nesse experimento “Os cães foram levados por seus tutores a
quatro locais com alimentos, sendo que os cães poderiam comer em dois deles. Depois
de 10 minutos, foram levados novamente aos locais e permitidos buscar livremente. A
maioria dos animais (11 de 12) foi primeiro em um dos compartimentos em que não
foram permitidos comer anteriormente, indicando que eles se lembravam, sem treino
específico, onde estavam os alimentos não consumidos no primeiro passeio”.

As autoras destacam, porém, que muitas pesquisas ainda precisam ser realizadas para
que possamos ter uma conclusão desse assunto. Esses estudos nos servem para
demonstrar o quanto ainda podemos aprender com nossos amigos de quatro patas.

Abraços,
Fausto

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This post was written by Ricardo Assumpção

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